segunda-feira, 19 de novembro de 2007

O Vazo



O Vazo
O Mestre procurava um vaso para usar:
Havia muitos, qual Ele escolheria empregar?
“Pegue-me”, pediu o de ouro. “Sou lindo e brilhante”.
Faço tudo certo, sou valioso, estonteante.
Possuo mais beleza e resplendor,
Nada melhor do que o ouro para o Senhor”.
O Mestre, sem dizer nada, seguiu adiante.
Viu um de prata, alto, esguio e brilhante.
“Querido Mestre, eu Te servirei, o Teu vinho guardarei;
À mesa, sempre que fores comer, estarei.
Meu entalhe é elegante, minha forma graciosa,
E a prata sempre Te fará jus, pois é formosa.”
Impassível o Mestre passou ao vaso de bronze,
Boca larga, raso e polido como cristal.
“Eu, eu!” gritou ele. “Sei o que fazer:
Coloque-me na mesa para todo mundo ver”.
“Olhe para mim”, pediu o cálice de cristal puríssimo.
“A transparência revela o que contenho.
Apesar de frágil, Te serei fiel.
Serei feliz se puder habitar na Tua casa”.
O Mestre chegou então a um vaso de madeira;
Lixado e entalhado, firme e inabalável.
“Pode me usar, querido Mestre”, disse-lhe com outra entonação.
Mas prefiro que Me use para conter fruta, não pão”.
Olhando para baixo, o Mestre viu um vaso de barro.
Vazio, indefeso e quebrado.
Sem esperança de ser escolhido pelo Mestre
Para ser limpo, consertado e utilizado.
“Este é o vaso que procurava.
Vou consertá-lo, usá-lo e vai ser só Meu.
Não preciso do vaso orgulhoso,
Nem do esguio para servir de adorno,
Nem do de boca larga, barulhento e superficial,
Nem do que revela o seu conteúdo elegantemente,
Nem daquele que acha que tudo certinho sabe fazer,
Mas sim deste vasinho de barro, a quem darei o Meu poder”.
Gentilmente Ele o vaso de barro levantou,
Ele o remendou naquela dia, o preencheu e o limpou.
“Tenho um serviço a lhe confiar.” — Com gentileza falou —
“Derrame nos outros tudo aquilo que lhe dou”.
Os grandes homens quase sempre são os mais humildes. O inglês Sir Isaac Newton (1642-1727) é lembrado pelo fato de ter observado uma maçã caindo e ter descoberto a lei da gravidade. Ele era matemático e físico. Fez muitas outras descobertas, como por exemplo o que define as cores do arco-íris. Newton tornou-se membro do Parlamento inglês e chefe do Tesouro Real. Quando, porém, um amigo foi elogiá-lo por ter esclarecido tanto a maneira como o universo funciona, Isaac Newton respondeu mansamente: “Sou apenas uma criancinha pegando pedrinhas na praia à beira do grande oceano de verdades”.
O grande compositor, Franz Josef Haydn (1732-1809) aos 76 anos de idade participou de uma apresentação de gala do seu oratório “A Criação”. No final de um dos trechos mais excitantes, a platéia começou a ovacionar e a aplaudir. No início Haydn pensou que estivessem demonstrando seu prazer pela música, mas subitamente percebeu que estavam aplaudindo a ele. Levantando-se, fez sinal para que fizessem silêncio. “Não, não vem de mim, vem tudo de Lá”, disse ele apontando para o alto.
O Senhor não o julga pelas suas realizações, talentos, conhecimento ou bondade. Ele julga o seu coração. O que vale mais pontos são o amor e a humildade. Eles o fazem ser uma bênção em todas as suas ações, até mesmo nas mais simples.
A maioria dos grandes santos que já existiram eram pessoas humildes que simplesmente faziam o que viam que precisava ser feito — quer outros percebessem quer não! Mas estavam sempre disponíveis quando alguém precisava de ajuda, sempre dispostos a ver a necessidade e supri-la. Se tivermos amor de verdade pelo Senhor e pelos outros, faremos o que for preciso! Depende da nossa humildade, que é sinônimo de amor. Só isso pode nos fazer estar dispostos a ir a qualquer lugar, a qualquer hora e a fazer qualquer coisa por qualquer pessoa, e ser ninguém para agradar a Deus e ajudar a quem precise!
— David Brandt Berg.

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